Livro é um compilado dos principais trabalhos de Carlos Augusto Silva Myrria publicados no periódico
(Foto: Divulgação)
Para Carlos Augusto Silva Myrria, jornal sem charge é jornal sem graça. Com quase 30 anos de JORNAL A CRÍTICA, o jornalista ilustrador, graduado em Design Gráfico, se prepara para lançar o livro “Insights sobre a memória de Manaus - Charges do Myrria”, no próximo dia 27 de dezembro. A obra reúne, em 200 páginas, 267 charges publicadas no periódico.
“Todas as charges são coloridas e todas estão do mesmo jeito que foram publicadas no jornal”, adiantou Myrria ao BEM VIVER deste sábado (21).
O livro é fruto do edital Concurso-Prêmio Manaus Identidade Cultural - Demais Linguagens. “Era um sonho antigo publicar uma obra com uma seleção de charges. Mas não tinha recursos e nunca tinha procurado por recursos para fazê-lo”, destacou.
Foi então que o jornalista ilustrador participou do lançamento do livro “As charges do Miranda”, publicado por Simão Pessoa. “Aquele evento foi inspirador. Na ocasião, encontrei vários amigos jornalistas, ilustradores, cartunistas e, entre eles, o professor Tenório Telles, que, na época, presidia o Conselho de Cultura do Município (Concultura). Ele me incentivou a fazer uma publicação dos meus trabalhos. Esse foi o start”, revelou.
Myrria foi contratado pelo JORNAL A CRÍTICA no dia 2 de maio de 1995. Segundo ele, “uma terça-feira que marcou a minha vida”, pois coincidiu com o seu aniversário de 35 anos. “Para mim, era um sonho trabalhar como ilustrador no JORNAL A CRÍTICA. Onde trabalho até hoje”, reforçou.
Seleção
Quanto ao processo de seleção das charges que compõem o livro, Myrria conta que fez um recorte de um período não muito distante e nem tão próximo dos nossos dias: de 2010 a 2020. “Esse foi o primeiro critério. Outro critério foi selecionar charges sobre temas que tiveram importância naqueles anos e que impactaram diretamente na vida dos manauaras”.
A maioria das 267 charges são sobre fatos de Manaus e da nossa sociedade, mas, também, alguns temas regionais e, até mesmo, nacionais. “Embora more na cidade, os cidadãos têm sua vida impactada por decisões nacionais, como, por exemplo, o aumento de gasolina, eleição para presidente, impostos federais etc.”, justificou.
“Todas as charges foram colecionadas entre as publicadas, durante o período, no jornal. Nenhuma é nova, mas se reportam a acontecimentos que vamos trazer à memória”, completou.
Sobre seu processo criativo para elaboração das charges, ele diz ser composto mais por transpiração do que inspiração. “Começa por escolher o assunto. Deve ser um tema que tenha repercussão na vida das pessoas, que seja de conhecimento, ainda que superficial, do leitor. Daí, eu elejo um ângulo da notícia que pode ser interessante, exótico, instigante, cruel, esdrúxulo, bizarro, estranho ou extravagante, e sobre essa ângulo desenvolvo o rascunho mental da charge”, ressaltou Myrria.
“O passo final é sintetizar, ao máximo, os textos, de preferência, deixando sem texto. Mas raramente é possível, afinal, eu trabalho muitas vezes sobre temas complexos como economia e política”, acrescentou.
Lançamento
O lançamento de “Insights sobre a memória de Manaus - Charges do Myrria” ocorrerá, no próximo dia 27 de dezembro, no auditório do jornal, com direito à live e à sessão de autógrafos.
“Minha expectativa é que a obra seja lida por muitas pessoas, afinal, livro que não é lido é como avião que não voa, como flor que não cheira, como alimento que não alimenta ninguém. E que seja lido por gente de todos os segmentos: estudantes [vai ser distribuído em diversas bibliotecas e escolas] e por pessoas de todas as idades, de 10 aos 100 anos. Que seus temas sejam debatidos em rodas de conversas, nos bares, nas esquinas, em rodas de amigos e em trabalhos escolares. Espero que quem o leia tenha uma excelente experiência”, relatou o jornalista ilustrador.
Futuro
Apesar de não saber, ao certo, qual será o seu próximo passo. Myrria tem uma certeza: parar não está nos planos. “Quando esse bichinho do ‘criativo’ dá sua ferrada na gente, esse negócio entra logo na corrente sanguínea e a gente não consegue ficar quieto. Começa a viajar em mil e um projetos. Vou ter de selecionar o que vai ser o próximo passo, quem sabe exposição, livros, peças... Já tenho vários esboços, mas daí, a tornar concreto, tem um caminho longo a percorrer”, finalizou.