Circulação Icamiabas

Projeto reúne artistas, artivistas e pesquisadoras independentes do Acre, Rondônia e Amazonas

De 7 a 15 de novembro, Regina Maciel, Andréa Melo e Francis Baiardi apresentam seus espetáculos em Cuiabá (MT) e Goiânia (GO)

Gabrielly Gentil
online@acritica.com
12/11/2024 às 09:06.
Atualizado em 12/11/2024 às 09:06

Regina Maciel (AC) apresenta o espetáculo Ikuâni (Foto: divulgação)

Inspirado na lenda amazônica das guerreiras, o projeto ‘Circulação Icamiabas’ reúne três mulheres do Norte do Brasil para compartilhar suas histórias e arte em jornada de resistência e empoderamento. De 7 a 15 de novembro, Regina Maciel, Andréa Melo e Francis Baiardi apresentam seus espetáculos em Cuiabá (MT) e Goiânia (GO). 

As apresentações ocorrem de 7 a 9 de novembro, no Complexo Multiuso Jardim Passaredo, em Cuiabá. De 13 a 15 de novembro, no Teatro Lacena, da Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia. O acesso é livre e gratuito!

Mulheres em cena

O projeto 'Circulação Icamiabas' reúne mulheres artistas, artivistas e pesquisadoras independentes dos estados do Acre, Rondônia e Amazonas. Participam desta iniciativa Regina Maciel (AC), com o espetáculo "Ikuâni", Andréa Melo (RO), com a performance "Corpo-Árvore: entre raízes e folhas de memórias", e Francis Baiardi (AM), com a obra "Apoena - Aquele que vê longe".

Francis Baiardi, idealizadora do projeto 'Circulação Icamiabas', reuniu artistas do Norte com quem compartilha conexões profundas. "Durante a pandemia, nossa rede se fortaleceu", explica. Inspirada em 'Conexões Travessias', convidou Regina e Andréa, com quem tem uma ligação especial. "Elas são fundamentais para essa circulação”.

E complementa: "Somos mulheres artistas e ativistas independentes, continuando a linhagem de força e resistência das guerreiras Amazonas, as Icamiabas. Somos as Icamiabas desse lugar”.

Temas

Francis Baiardi (AM), com a obra Apoena - Aquele que vê longe (Fot: divulgação)

 Os espetáculos abordam temas como floresta, povos originários, demarcação de território e resistências de corpos/as. O evento também inclui um bate-papo sobre os trabalhos artísticos e uma mesa de debate sobre o pensamento da dança nortista.

Estreado em 2016, ‘Apoena’ é um espetáculo de dança contemporânea urgente e atual, que expressa os clamores da terra e dos primeiros habitantes do Brasil. “É o clamor da floresta e dos povos originários, unindo passado e presente. Aborda demarcação de território, direitos indígenas e violações, como preconceito e racismo”, pontua Francis. 

Ikuâni

"Ikuâni, criado em 2016, mostra um dia na vida de IIkuâni, uma mulher Huni Kuin em isolamento na floresta.

O espetáculo une dança, rituais sagrados (ayahuasca e hapé) e elementos naturais (vento, água, fogo e terra). “Ikuâni representa o corpo da ancestralidade, conectando-se com a natureza e sua comunidade.", destaca Regina. 

Corpo-Árvore

 "’Corpo-Árvore’ é uma obra cênica que combina dança e performance, explorando a conexão entre o corpo humano e a natureza. “Inspirado em um sonho com minha avó em 2006, o trabalho aborda a questão climática e a importância da preservação. Eu descobri que minha avó havia plantado árvores no quintal da casa ao lado da minha, que foram destruídas. Esse sonho se tornou um símbolo da nossa relação com a natureza”, ressalta Andréa. 

Com o apoio da Bolsa Funarte de Dança Klauss Vianna/Funarte Rede de Artes, o projeto 'Circulação Icamiabas' se consolida como uma plataforma fundamental para a promoção da cultura nortista e o empoderamento das mulheres indígenas, fortalecendo suas tradições e resistências.

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