Amazonense alcançou 15.51 metros e tem a 7ª marca do mundo no salto triplo sub-18
Benjamin com a medalha de ouro conquistada no Brasileiro sub-18 há uma semana, em Recife (Daniel Brandão)
Há uma semana, o amazonense Benjamin Oliveira conquistou a medalha de ouro do salto triplo no Campeonato Brasileiro Interclubes Loterias Caixa Sub-18, que aconteceu em Recife-PE. Mas o lugar mais alto do pódio levou o adolescente de 17 anos a lugares mais distantes que os 15.51 metros que ele saltou. A marca, que é a melhor dele na carreira, o colocou entre os 10 melhores saltadores do mundo no sub-18. Benjamin agora é o sétimo colocado e está a 69 centímetros da melhor marca que pertence ao cubano Gian Baxter, com 16.20 metros.
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Além disso, o atleta sonha que o feito possa levá-lo para Quito no Equador, local do Sul-Americano sub-18 que será realizado nos dias 26 e 27 de outubro. A convocação para a seleção brasileira que disputará a competição sai na próxima semana.
Treinador Jorge Reina trabalha na Vila Olímpica de Manaus desde 2000 e treina Benjamin há quatro anos (Daniel Brandão)
Treinando há quatro anos na pista da Vila Olímpica com o técnico Jorge Alfredo Reina, o jovem vinha batendo na trave em outras competições que disputou e, além disso, convivendo com lesões que comprometiam o desempenho. Para o brasileiro, ele foi 100% fisicamente e começou com uma boa marca desde a classificação. Ele fez 15.07 metros quando a nota de classificação era 14.01 metros. A boa nota nas eliminatórias fez ele acreditar que vinha algo melhor.
Treinador Jorge Reina trabalha na Vila Olímpica de Manaus desde 2000 e treina Benjamin há quatro anos (Daniel Brandão)
O técnico de Benjamin, o cubano Jorge Reina, também ficou satisfeito com o resultado e disse que isso é fruto de um processo que foi se desenvolvendo aos poucos e que deu resultado no último domingo.
Benjamin com a sapatilha que usou para conquistar a sétima melhor marca do mundo no salto triplo (Daniel Brandão)
Mas nem tudo foi fácil durante a prova. No sábado, ainda durante a qualificação, Benjamin percebeu que a sapatilha que ele usa para competir havia rasgado. Após informar para o técnico, Reina começou uma maratona para tentar achar uma solução.
Usando a mesma sapatilha há dois anos e com um único par, comprar uma nova poderia interferir no desempenho de Benjamin, já que seguindo o técnico, ele não sente o chão da mesma forma. Um dos técnicos ainda emprestou uma para o atleta, mas ela não serviu.
A sapatilha de Benjamin no dia da prova do Brasileiro sub-18, em Recife (Divulgação)
Sendo assim, a solução para a sapatilha foi colar com esparadrapo e fita adesiva e foi o assim que ele alcançou a melhor marca da carreira, a sétima melhor do mundo. Com o título conquistado, Benjamin disse que também terá que arrumar uma sapatilha nova até o Sul-Americano.
Com a sapatilha rasgada antes da final, Benjamin e o técnico Jorge Reina, precisaram encontrar uma solução que, no final das contas foi fita e esparadrapo (Daniel Brandão)
Benjamin começou a treinar por causa do irmão. Ele treinava na Vila Olímpica, deu uma sumida e ficou com vergonha de voltar sozinho. Foi aí que ele chamou Benjamin para ir junto com ele. "Cheguei aqui magrelinho e cabeludo", relembra. Apresentado ao treinador Reina, o atleta começou a frequentar a pista de atletismo e competir no salto em altura, modalidade que ele vinha gostando de praticar.
Mas o olhar atento do professor Reina profetizou que ele não ficaria muito tempo no salto em altura. E ele estava certo. Pouco tempo depois, Benjamin começou a treinar no salto triplo.
Com passagens nas duas modalidades, o treinador Reina explicou como aproveitou para desenvolver a técnica de Benjamin.