TÉCNICA IGNOROU ALERTA

CASO BENÍCIO: técnica teria sido alertada por colega a não aplicar adrenalina na veia, diz delegado

Testemunha afirma que entregou kit de nebulização antes da aplicação; perícia no Hospital Santa Júlia vai analisar sistema de prescrição

acritica.com
05/12/2025 às 12:33.
Atualizado em 05/12/2025 às 12:33

Raíza, técnica de enfermagem investigada pela aplicação de adrenalina no caso Benício (esq.), e o delegado Marcelo Martins, que conduz a investigação (dir.) (Fotos: Jeiza Russo)

A investigação sobre a morte do menino Benício Xavier, de 6 anos, teve um novo desdobramento nesta sexta-feira (5). Segundo entrevista do delegado Marcelo Martins à repórter Priscila Melo, ao vivo no Alô Cidade, da TV A Crítica, uma técnica de enfermagem ouvida pela Polícia Civil afirmou ter alertado a colega Raíza para que não aplicasse adrenalina por via intravenosa na criança. A profissional também disse ter entregue à colega o kit de nebulização, indicado para o caso, mas que a orientação não foi seguida.

De acordo com o delegado, a técnica relatou que encontrou Raíza preparando a injeção de adrenalina endovenosa e a advertiu de que esse tipo de aplicação só é utilizado em casos de parada cardiorrespiratória, o que não era a condição de Benício. Ainda segundo o depoimento, a dosagem prescrita correspondia ao uso por nebulização. “Ela foi avisada duas vezes, pela mãe e pela colega”, afirmou Martins.

A testemunha também disse que Raíza teria reconhecido posteriormente que “teimou” e mesmo assim realizou a aplicação intravenosa.

Outra informação apresentada ao delegado é que Raíza já teria sido trocada de plantão anteriormente, por comportamento de resistência a orientações de colegas, segundo relato da técnica ouvida na manhã de hoje.

Além da primeira depoente, outra técnica de enfermagem, identificada como Nilda Maria, também prestou depoimento nesta sexta-feira no 24º Distrito Integrado de Polícia, onde o caso é investigado.

O delegado destacou que a contradição entre as versões apresentadas pela médica Juliana Brasil e por Raíza motivou a acareação realizada na quinta-feira (4). As divergências agora passam a ser confrontadas com o depoimento das demais testemunhas ouvidas pela polícia.

Perícia no Hospital Santa Júlia

Ainda nesta sexta-feira, equipes da Polícia Civil irão ao Hospital Santa Júlia, onde ocorreu o atendimento, para uma perícia voltada a verificar se o sistema eletrônico de prescrição apresenta ou não falhas. A vistoria ocorre após a médica Juliana afirmar que teria prescrito adrenalina para nebulização, mas que o sistema teria alterado automaticamente o registro para via intravenosa.

A defesa apresentou ao Tribunal de Justiça um vídeo que, segundo ela, demonstraria a suposta falha. O delegado, porém, classificou o material como “inidôneo”, afirmando que foi produzido sem supervisão técnica. A perícia buscará confirmar se o sistema possui defeitos capazes de gerar esse tipo de alteração.

Continuidade da investigação

A Polícia Civil afirma que seguirá ouvindo todos os profissionais que tiveram contato com o atendimento de Benício para consolidar a dinâmica dos erros que teriam culminado na morte da criança. A técnica Raíza e a médica Juliana Brasil estão afastadas cautelarmente de suas funções.

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