Em seu artigo desta semana, o músico e pesquisador Abner Viana fala sobre ferramentas que podem ajudar o profissional da área da música a se estabelecer no mercado criativo
Por Abner Viana*
Em tempos de modernização, a transformação do mercado como um todo, bem como a constante atualização da tecnologia (na economia) passou a basear-se não somente no crescimento econômico em valores reais, mas, na capacidade intelectual de trabalhadores, aliada à capacidade de inovação. É assim que o conceito de economia criativa surge e como isso pode ser desenvolvido na área da música.
Primeiramente, precisamos compreender qual é o conceito de economia criativa. O que seria isso? Por se tratar de um termo relativamente novo, existem inúmeras interpretações para tal conceito. Mas, tal fenômeno econômico surge em um momento de valorização e exploração do potencial criativo e financeiro em diversos setores do mercado, entre os tais, o da cultura. Porém, a primeira menção sobre o termo foi feita no ano de 1994, pelo ministro australiano Paul Keating (1944), que lançou um conjunto de políticas públicas com foco em arte e cultura. Desenvolveu um documento que chamava-se Creative Nation, que continha o termo economia criativa. Iniciava aí, a cultura da imaginação e das possibilidades, com uma dimensão de desenvolvimento e ligações transversais a níveis macro e micro à economia global, formado então, por indústrias criativas que tem como matéria prima a criatividade e as habilidades de indivíduos e/ou grupos, que oferecem esses produtos ou serviços.
No Brasil, no ano de 2012, foi criada a Secretaria de Economia Criativa, que é vinculada ao Ministério da Cultura e considera 20 setores na economia criativa brasileira: artes cênicas, música, artes visuais, literatura e mercado editorial, audiovisual, animação, games, software aplicado à economia criativa, publicidade, rádio, TV, moda, arquitetura, design, gastronomia, cultura popular, artesanato, entretenimento, eventos e turismo cultural.
Em geral, na América Latina, sempre foi difícil e ao mesmo tempo desafiador viver da arte e da cultura, dependendo-se sempre do apoio público e de leis de incentivo. Porém, hoje existem diversas e distintas ferramentas que nos ajudam a divulgar e trabalhar no setor. E a maior delas é a Internet. A cultura da imaginação, não somente do visual, mas da potencialidade de ideias inovadoras que agregam conhecimentos e utilidades artísticas ao cotidiano.
E na música, como posso aperfeiçoar o meu empreendimento? É possível através das redes sociais, como: vender produtos digitais (e-books), utilizar meios como o Youtube e entre outras possibilidades. É fatal afirmar: “óbvio que sei que existem essas tais ferramentas, mas, não sei construir meu processo de otimização em relação ao meu produto musical”. Eis aqui algumas dicas que podem ajudar o profissional da área da música a estabelecer-se nesse mercado criativo:
1) Seja profissional: Tenha sempre em mente que é o seu produto que você estará vendendo, mantenha o profissionalismo nas suas redes sociais, no qual o único objetivo é a divulgação do seu produto.
2) Seja interativo: Procure interagir com o meio em que você está inserido (no seu contexto local-musical). Responda comentários, curtidas, mensagens ou qualquer que seja o meio de comunicação que seu potencial cliente tenha com você.
3) Seja atualizado: Nesse mundo digital, as coisas mudam o tempo todo e as novidades aparecem a cada segundo. Esteja sempre atento à novas tendências do meio e do mercado em que você está inserido, e/ou trabalhando no momento.
4) Seja assertivo: Tenha em mente que para ser um sucesso, o seu produto precisa atender às necessidades reais do seu público. Ser criativo e inovador(a), faz uma tremenda diferença, e, principalmente, pesquise para entender o seu público e que tipo de produto suprirá a real necessidade.
*Abner Viana -Natural de Manaus, Amazonas. É músico (saxofonista/clarinetista) e pesquisador. Possui Mestrado em Música pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Já trabalhou com diversos artistas nacionais e internacionais tanto no Brasil e Europa, bem como na América do Sul.