Decantada em prosa e verso, principalmente, pelos chamados ‘influenciadores digitais’, como uma questão sobre a qual, brevemente, todos os negócios estarão alicerçados, a Inteligência Artificial (IA) está cada vez mais presente em nosso dia a dia. Sua relevância e importância muito se devem a consistente e crescente melhoria do processo de aprendizado de máquina (AM), a chamada capacidade das máquinas em incrementar seus desempenhos sem que haja, necessariamente, a ingerência decisiva de um ser humano
Decantada em prosa e verso, principalmente, pelos chamados ‘influenciadores digitais’, como uma questão sobre a qual, brevemente, todos os negócios estarão alicerçados, a Inteligência Artificial (IA) está cada vez mais presente em nosso dia a dia. Sua relevância e importância muito se devem a consistente e crescente melhoria do processo de aprendizado de máquina (AM), a chamada capacidade das máquinas em incrementar seus desempenhos sem que haja, necessariamente, a ingerência decisiva de um ser humano. A construção desta maneira de agir se deve por conta dos mesmos conceitos que suportam a formação do conhecimento tácito, aquele desenvolvido muito por conta da experiência e convivência, sem que haja o uso de meios formais de capacitação, e que se baseia na adoção de um padrão, ainda que, de certa forma subjetiva, de como agir. Na IA isto se torna possível a partir da estruturação de algoritmos. A partir de um histórico de ações tomadas diante cenários e condições específicas já conhecidas, as máquinas ‘tomam suas decisões’ de maneira solitária. Isto só é possível por conta da aplicação desses algoritmos que acabam inserindo certa lógica ao processo de tomada de decisão. Sendo assim, para processos que se repetem com certa frequência é considerada como referência o histórico de ações já adotadas no passado, por seres humanos. Em seguida, através de processadores com alto nível de tecnologia de ponta instalada, são estruturados padrões. Eles irão definir quais os passos serão seguidos. Este sistema se torna cada vez mais eficiente à medida que mais informações são alimentadas, bem como novos algoritmos são elaborados. O aprendizado é notado a partir do momento em que as decisões passam a ser tomadas de maneira cada vez mais rápida, o que é de grande valia, e é explicada por conta da formatação de padrões e modelos comportamentais. Neste caso, o processo de uso do conhecimento existente é tão rápido que se torna quase intuitivo, como se as máquinas, assim agissem, por conta própria. Algo realmente incrível. Por outro lado, no entanto, em situações onde não há histórico das ações tomadas, a ausência da matéria prima básica utilizada por qualquer sistema de IA se faz presente, a informação. Sem ela, não há qualquer algoritmo capaz de sugestionar o caminho a ser seguido.
A construção de projetos de engenharia requer a adoção de metodologias construtivas mundialmente disseminadas. Ainda que a inovação possa estar presente, a obediência às Leis da Física não é uma questão de mera necessidade, mas uma realidade óbvia. Elas constituem um grandioso arcabouço de conhecimentos que, ao serem colocados em prática, acabam por gerir construções plenamente diferentes uma das outras. Sim, é possível afirmar que não há projeto algum igual ao outro. Sempre há alguma especificidade em cada um deles, o que acaba por diferenciar as ações a serem adotadas, não apenas quanto a sua construção, mas principalmente no que diz respeito a sua manutenção dentro dos limites de risco considerados como aceitáveis. Sendo assim, ainda que haja muitos padrões, metodologias e requisitos em comum nas várias construções nominadas da mesma maneira, nos casos de Mariana e Brumadinho, barragem de rejeito do tipo a montante, cada uma delas é única. Uma pequena mudança no ângulo da barragem e/ou no tipo de solo e/ou nas características dos rejeitos depositados é capaz de mudar substancialmente a solução a ser adotada. A engenharia é assim. A falta de padrão acaba por impedir a existência de informações plenamente estruturadas e por conta disso se fazem tão necessárias as análises e estudos desenvolvidos por profissionais experimentados que conseguirão aplicar de forma única os seus conhecimentos para cada uma das situações apresentadas. Não há qualquer algoritmo capaz de sugestionar, com segurança, o caminho a ser seguido. Nestes casos, a Inteligência Artificial é inócua.