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Ações chamam atenção para a violência contra mulheres

Vigília em memória de Deusiane Pinheiro e protestos estudantis expõem a persistência da violência e invisibilidade das vítimas no Estado

Editorial A Crítica
06/12/2025 às 10:16.
Atualizado em 06/12/2025 às 10:16

A soldado Deusiane Pinheiro teria sido assassinada em 2015 dentro de uma das instalações da corporação (Foto: Arquivo Pessoal)

Organizações do Movimento Feminista do Brasil convocaram outros coletivos para ir às ruas, em diferentes cidades, em diferentes manifestos pelo fim da violência contra a mulher. Os atos integram os 16 dias de ativismos, mobilizações feitas em novembro na América Latina, em homenagem as irmãs três irmãs Mirabel, assassinadas pelo governo ditatorial de Rafael Trijullo, no ano de 1960, na República Dominicanas.

Este ano, a convocação para os 16 dias de ativismos pelo fim da violência contra a mulher tem como tema “Unidos para acabar com a Violência Digital contra todas as mulheres e meninas”. Em Manaus, a vigília contra a violência de mulheres ocorreu na sexta-feira (5), a partir de 18h em frente ao prédio do Fórum Henoch Reis.

Outras atividades serão realizadas em outros locais nessa semana, como a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), como a exposição do Núcleo Interdisciplinar de Relações Étnico-raciais, Gênero e Sexualidade (NIRGS). Estudantes da Escola Normal Superior da UEA também realizaram no dia 5 uma manifestação na área externa da universidade, onde de acordo com relatos de estudantes mulheres sobre assédio e muitas estudantes mencionam o medo de sair mais tarde da sala de aula e no trajeto para o ponto de ônibus sofrerem violência.

A escalada da violência contra as mulheres no Brasil permanece elevada e, junto com ela, o feminicídio. Em Manaus, o Fórum Permanente de Mulheres do Amazonas deu o nome de Deusiane Pinheiro à vigília dos 16 dias de ativismos. A soldada Deusiane da Silva Pinheiro foi morta em abril de 2015 dentro do Batalhão Ambiental da Policia Militar e dez anos depois os policiais envolvidos nesse assassinato estão impunes. As mulheres reunidas nessa série de protestos fazem a memória da impunidade e clama por justiça bem como conclamam a sociedade para despertar sobre a violência de gênero no Estado do Amazonas.

Nos municípios amazonenses, para além de Manaus, estudos mostram a invisibilidade sobre o cotidiano de violência que mulheres, de diferentes idades, estão submetidas. Os casos que ganham repercussão são, na maioria, aqueles que terminam em morte ou nos atos de espancamento que geram registros da ocorrência e ou postagens nas redes sociais. Uma parcela das vítimas permanece não percebida.

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