Durante este último final de semana, tive que parar pra pensar sobre qual seria o assunto da coluna de hoje. Já relatei aqui neste espaço praticamente tudo que há para relatar, entre rotinas, descobertas, conquistas e deslizes, e buscava algo novo, até para não cairmos na repetição – mesmo faltando menos de um mês para o desafio chegar ao fim. Eu acabei achando um “gancho” (como dizemos no jornalismo quando nos referimos ao assunto pelo qual o texto começa) interessante, mas resolvi guardar para a próxima semana porque me fascinei ainda mais com o meu retrospecto e não existe alegria maior do que poder compartilhar isso com quem vem acompanhando o Pronto Pra Casar, seja aqui no jornal impresso ou no blog dentro do Portal A Crítica.
Em 4 meses e meio, já posso dizer que sou um novo homem. Não estou falando apenas da aparência física (apesar de que qualquer 10 quilos já fazem diferença), mas principalmente da disposição que adquiri após adotar a prática constante de atividade física e a inteligência emocional que desenvolvi graças ao novo modo de me alimentar. Antes, a preguiça reinava como um ditador tirano e o fato de levantar para pegar o controle da televisão incomodava. Hoje, o que me incomoda é ficar parado! Já não consigo acordar tarde, o que me deixa feliz pois tenho a possibilidade de aproveitar o dia ao máximo, e ações simples, como abaixar para pegar algum objeto caído ou ir buscar algo esquecido no carro, são feitas rapidamente e sem nenhum esforço. São feitas, ouso dizer, até mesmo com orgulho, de mim mesmo, por eu estar bem mais flexível e energético. Até preguiça de sair para uma festa, por exemplo, diminuiu, uma grande mudança para um cara meio caseiro como eu (e para a alegria da noivita meio baladeira – pelo menos mais do que eu haha). É essa mesma energia que pulsa quando não encontro tempo de ir treinar e acende o alerta de que não estou mais acostumado a ficar parado.
Entender como meu organismo funciona também me ajudou muito neste processo: saber a hora certa de comer, por quais motivos, como mastigar, quais alimentos devem ser ingeridos diariamente e os nutrientes certos para as atividades do dia comprovam que o nosso corpo é a máquina mais perfeita porém complexa que existe. Além de que as consequências de uma má alimentação praticamente acabaram, como as crises de gastrite, o ardor da azia e a sensação de empachamento. E essa mudança toda foi notada também na pele, com menos cravos e espinhas. Oras, até minhas fezes estão com aparência mais saudável! Já deu para perceber que eu estou realmente falando sério quando digo que sou um novo homem, né?!
Até o lado ruim disso tudo (que pode muito bem ser encarado como o fator mais crucial nesta jornada) também ensinou uma valiosa lição: o perigo da recaída. Já admiti aqui que fiquei mais de um mês completamente afastado do desafio. Paradão e comendo fora da dieta (mas nem perto de como era antes do PPC), percebi como é fácil se acomodar. Fácil achar uma desculpa pra ficar em casa tomando sorvete na frente da TV e igualmente fácil ver todo esse nosso esforço ruir, ver tudo que foi construído acabar por pura preguiça e comodismo. Quando me dei conta disso foi que voltei com força total para esta reta final, pois não seria justo essa desistência insconsciente. Mas caminhar tão próximo do abismo foi bom para mostrar que esse lance de vida saudável tem que ser pra vida toda mesmo...