Lembro que em um dos primeiros textos que escrevi dentro do desafio Pronto Pra Casar eu comentei sobre o quão fácil é encontrar desculpas para faltar ao treino ou se alimentar incorretamente. Falta de tempo, de dinheiro, de opções, de vontade... Tudo servia de pretexto para deixar a preguiça vencer a força de vontade. Difícil mesmo é - e continuará sendo, pelo menos por um bom tempo pela frente - chegar tarde em casa e ir para a beira do fogão cozinhar ou treinar num sábado de tarde, naquele único horário disponível na semana. Hoje, com cerca de 3 meses dentro do programa da Cia Athletica e da One Clinic, meus obstáculos são outros, mas sigo agora com uma certeza: desacostumar com essa vida saudável e arruinar todo um esforço é muito fácil.
Meu problema agora não é mais a preguiça ou falta de força de vontade, o que demonstra um bom avanço já que a mentalidade agora é outra, muito por causa dos resultados que venho obtendo. A grande pressão que sinto hoje é psicológica. Fiquei duas semanas inteiras sem sequer registrar meu dedo nas catracas das academias. Não foi por falta de vontade: durante as mesmas duas semanas, saia diariamente com a bolsa da academia, com roupa, toalha e o que mais precisasse para malhar em qualquer oportunidade livre. Mas não houve.
Correria nos atuais dois expedientes pesou. Chegando sempre depois das 22h em casa e não conseguindo dormir antes da meia-noite, fica muito complicado acordar 5h30 do dia seguinte - tempo suficiente para comer algo e dirigir até a academia para pegar a aula de funcional e/ou dar tempo de cumprir todo o treino antes das 7h30, tempo limite que tenho para começar a me arrumar e partir para o trampo. Também tentei ir de noite, mas com a academia encerrando as atividades 23h, não daria tempo nem de aquecer. No pouco tempo livre, cansaço ou outros compromissos, como coisas do casamento.
A evolução se apresenta aqui também pelo sofrimento que isso me causa, ao invés de um alívio por estar me exercitando menos. Aquela repulsa de praticar esportes que tinha quando criança deu lugar a uma vontade de continuar fazendo tudo direitinho, para continuar vendo os resultados - tanto na aparência física quanto nos exames médicos. Mas já noto a falta: o fôlego está ligeiramente mais curto, assim como a flexibilidade. Óbvio que não voltei a estaca zero, estou ainda bem melhor do que antes, mas sabe aquela escada do jornal A Crítica, que eu já subia sem chegar na minha mesa ofegante? Ela voltou, e me alertou para isso tudo. Resultado: acordei mais cedo ontem e dei um re-início à essa saga. É o mínimo que poderia fazer...