Inicialmente, o plano era relatar no texto de hoje a minha experiência na Insanus Race, corrida de 4 quilômetros com 15 obstáculos realizada neste último domingo. O (pouco) treino do último mês foi realizado focando neste mais novo desafio, assim como toda a expectativa por como eu me sairia. Mas acontece que nessa vida louca nem tudo sai como planejado ou da forma que queremos, e um imprevisto atrapalhou tudo: eu gripei.
Eu ficar meio baqueado era na verdade questão de tempo, já que fazia mais de uma semana que a noiva Debora estava com Zika - ou H1N1, mas de qualquer forma digna de pena haha. Eu, sempre do lado ("...na saúde e na doença...", não é?), tentei me blindar como eu pude, tomando vitamina C e reforçando os cuidados com a minha garganta/amígdalas, meu ponto fraco. Mas não foi suficiente e na sexta a noite já registrava febre. No sábado, não foi diferente e fiquei o dia todo com o corpo dolorido e aquela moleza, além da febre incessante. Não cheguei ao nível da noiva, mas foi o suficiente para me impedir de correr no domingo de manhã.
Mas não desisti de primeira e, curioso como todo jornalista deve ser, dei uma pesquisada em "fazer exercícios doente". Não me surpreendi ao confirmar que a prática é super desestimulada por profissionais - mesmo com aquela corrente que vem ganhando força teorizando sobre como treinos leves podem ajudar na auto-imunização durante um leve resfriado. Mas no meio do caminho, descobri pontos interessantes, que compartilho agora com vocês:
Em linhas gerais, as defesas do organismo tendem a afetar negativamente quanto o exercício demanda demais do corpo. Quando estamos doentes, seja um leve resfriado ou uma baita gripe, o organismo já debilitado e treinar nestas condições pode inclusive prolongar a doença. Quando o caso é febre, porém, os médicos são unânimes: não devemos nos exercitar, principalmente se for febre alta. Nossa temperatura aumenta durante o exercício e o corpo faz esse regulamento por meio da transpiração. Se já existe um estado febril, duplicamos o trabalho dos sistemas corpóreos, forçando-o desnecessariamente. Infecções também exigem cuidados especiais, pois o sistema imunológico está sensível, lutando contra a infecção. O esforço físico abre uma espécie de “brecha imunológica", que pode facilmente permitir que outras doenças se instalem no organismo.
Há, ainda, mais um aspecto a ser levado em conta: ao treinar gripado ou com alguma doença contagiosa numa academia fechada, por exemplo, estaremos possivelmente contaminando todos aqueles ao nosso redor. Por mais limpas que sejam, academias estão repletas de germes, com dezenas de pessoas expelindo fluidos em instrumentos, colchonetes, máquinas e halteres compartilhadas. E uma última dica, que ainda preciso levar em consideração: "Lembre-se de ter expectativas de desempenho razoáveis (mais baixas!) depois que esteve doente". Vamos nessa então!