Projeto tem como foco principal o reaproveitamento de materiais descartados após o Festival Folclórico de Parintins
Artistas parintinenses participaram do curso “Do Festival ao Futuro: Parintins Criativo”, ministrado por especialistas do Sebrae (Foto: Luiz Gustavo)
Parintins (AM) — A parceria entre a Escola de Arte Irmão Miguel de Pascale, do Boi Caprichoso, o Sebrae Amazonas e o Sebrae Nacional vem consolidando um novo capítulo na trajetória criativa da Ilha Tupinambarana. Por meio do curso “Do Festival ao Futuro: Parintins Criativo”, ministrado pelos especialistas do Sebrae, o designer Samuel Regis, a analista e gestora do artesanato Lilian Silvia Simões e o designer e consultor Sérgio Matos, artistas parintinenses têm acesso a uma experiência formativa que une sustentabilidade, inovação e mercado.
O projeto tem como foco principal o reaproveitamento de materiais descartados após o Festival Folclórico de Parintins, com o objetivo de estimular novas formas de pensar o fazer artístico local, ampliando as possibilidades criativas e econômicas da cidade. Além da formação técnica, os participantes também serão certificados pelo Sebrae, o que assegura reconhecimento e valorização do aprendizado adquirido.
Durante a programação, os alunos participaram de uma palestra com o presidente do Conselho de Arte do Boi Caprichoso, Ericky Nakanome, e realizaram uma visita técnica aos galpões da agremiação azulada, onde puderam identificar resíduos com potencial de reaproveitamento.
As atividades seguem com a etapa de criação de desenhos e protótipos. A formação ainda conta com a participação de 23 lojistas locais que conhecerão os projetos desenvolvidos pelos alunos, fomentando o diálogo entre produção artística e mercado consumidor e impulsionando novas oportunidades de renda e visibilidade para os artistas locais.
Para Sérgio Matos, Parintins tem um potencial que vai muito além do Festival Folclórico. “A ideia do projeto Parintins Criativo é justamente enxergar a cidade como um polo de criatividade permanente, não só durante o festival. Aqui há uma concentração extraordinária de designers, artistas, escolas de formação e histórias que merecem ser transformadas em produtos, coleções, arte e moda", disse.
"O que vemos no festival é só a ponta de uma história muito rica sobre os povos da Amazônia e do Brasil. As narrativas contadas no Bumbódromo têm um poder imenso de se tornarem referência para objetos de design, peças de moda e itens com identidade própria. É essa transformação que queremos incentivar”, completou Matos.
(Foto: Luiz Gustavo)
O figurinista do Boi Caprichoso, Adriano Canto, também compartilhou seu entusiasmo com a iniciativa. “Esse projeto me faz repensar o alcance do meu trabalho. Ele constrói pontes para novos caminhos, novas possibilidades, nos tira do comodismo e desperta um olhar curioso para novos propósitos. Isso amplia nossa visão como produtores, artesãos, figurinistas e desenhistas. Acredito que esse projeto só tende a crescer e nos levar juntos com ele.”
Já a designer digital e autônoma Lunara Gomes, formada pela UEA, reforça como a ação representa um impulso para jovens talentos da região.
A gestora da Escola de Arte Irmão Miguel de Pascale, Irian Butel, reforça o valor dessa parceria para a cidade de Parintins e para os artistas locais.
Com a iniciativa, Parintins consolida-se não apenas como a terra dos bumbás, mas também como um polo criativo e sustentável. A cidade une tradição e inovação por meio de um dos seus principais projetos sociais: a Escolinha de Arte do Boi-Bumbá Caprichoso.