Ministro dos Transportes também disse que dragagem dos rios não demorou, afirmação que diverge do que dizem atores econômicos do Amazonas
O governo espera investir cerca de R$ 500 milhões em dragagem e sinalização nos rios Amazonas e Solimões ao longo dos próximos cinco anos. (Luiz Siqueira/MT)
Baku - O Ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que o governo Lula vai começar a recuperação do trecho do meio da BR-319 com a implementação de governança antes de iniciar, de fato, o asfaltamento da estrada.
O percurso de cerca de 400 quilômetros ainda depende de licenciamento ambiental. O pedido precisa ser feito pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) ao Ibama.
“Nós apresentamos um projeto e agora estamos construindo a governança, porque ficou decidido nas reuniões que ao invés de fazer a obra da infraestrutura e depois implementar a governança, o policiamento, monitoramento de veículos, câmeras, nós vamos antecipar a governança para já cuidar da estrada como está”, afirmou Renan Filho para A CRÍTICA.
O ministro integra a delegação brasileira na 29ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP29), que acontece em Baku, no Azerbaijão. Ele defendeu que a rodovia seja recuperada de maneira sustentável, o que é considerado contraditório por boa parte dos ambientalistas no caso da BR-319.
“O desafio é manter a floresta em pé, porque em outros lugares as rodovias estimularam a derrubada de floresta, então a gente precisa nessa área, no coração da Amazônia, garantir a sustentabilidade”, afirmou.
Dragagem
Questionado sobre uma possível demora para iniciar a dragagem dos rios pelo segundo ano consecutivo, no Amazonas, o ministro negou atrasos. O maquinário e o navio que realizarão o serviço só chegaram a Manaus em outubro, após expectativa, pela indústria do estado, de que a dragagem começasse primeiro em maio e depois em agosto.
O governo espera investir cerca de R$ 500 milhões em dragagem e sinalização nos rios Amazonas e Solimões ao longo dos próximos cinco anos. As intervenções são previstas em trechos de Manaus a Itacoatiara, de Coari a Codajás, Tabatinga a Benjamin Constant e Benjamin Constant a São Paulo de Olivença.
O jornalista que assina esta reportagem viajou a Baku (Azerbaijão) a convite do Instituto Clima e Sociedade.