Manifestação integra os 21 Dias de Ativismo pelo fim da violência contra a mulher
(Foto: Raphael Alves/TJAM)
Como parte do movimento nacional de “21 dia de ativismo pelo fim da violência contra a mulher”, o Fórum Permanente de Mulheres do Amazonas realizará, nesta sexta-feira, a Vígilia por Justiça para Deusiane Pinheiro e Pelo Fim do Feminicídio. A manifestação iniciará às 18h, em frente ao Fórum Ministro Henoch Reis.
A coordenadora do fórum, Marília Freire afirmou que o movimento escolheu nomear os 21 Dias de Ativismo com o nome de Deusiane Pinheiro para cobrar justiça no caso. Deusiane foi morta dentro do Batalhão Ambiental da PM no dia 1° de abril de 2015. Após 10 anos, a Justiça decidiu pela impunidade, absolvendo os policiais envolvidos.
“Buscamos justiça pelas vidas interrompidas como a de Deusiane, Débora, Emilaine, Antônia e tantas outras. Não admitimos que sejamos vítimas de tanta violência e pouco ou nada esteja sendo feito pelos governantes. Apenas o endurecimento das penas por feminicídio não é o suficiente, é preciso incidir sobre a estrutura patriarcal, machista e violenta que rege as relações sociais e afetivas na nossa sociedade”, afirmou a coordenadora do fórum.
Marília Freire ressaltou que a manifestação é uma forma de criticar a crescente violência contra as mulheres no Amazonas.
“Com a vigília manifestamos nosso pesar, nossa raiva e nossa revolta com a onda crescente de feminicídio que tem marcado os últimos anos em Manaus, no Amazonas e no Brasil”, disse.
O julgamento da morte da soldado Deusiane da Silva Pinheiro, iniciado no dia 29 de setembro, em Manaus, resultou na absolvição dos cinco policiais militares acusados, gerando revolta e promessa de recurso. A decisão, tomada pelo Conselho Permanente de Justiça Militar do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), inocentou o principal réu, o Cabo PM Elson dos Santos Brito, por maioria de votos.
O réu Elson dos Santos Brito, acusado de homicídio qualificado foi absolvido por maioria de três votos a dois. O juiz Alcides Carvalho e a major PM Clésia de Oliveira votaram pela condenação, mas foram vencidos.
Os outros quatro policiais militares, Cosme Moura Sousa, Jairo Oliveira Gomes, Júlio Henrique da Silva Gama e Narcizio Guimarães Neto, acusados de falso testemunho (Art. 346 do CPM), foram absolvidos por unanimidade.
A defesa dos réus argumentou que os laudos periciais não foram conclusivos e que não havia provas cabais de materialidade do crime, tese que prevaleceu no Conselho de Justiça Militar. Da sentença, cabe recurso.